Os Seis Sinais de Luz
Ontem, realizei mais uma maratona de cinema, desta vez assistindo a nada mais, nada menos que 6 filmes. Comecei por As Curtas de Bill Plympton vol. 2 (32 Plympton Shorts – Vol. 2), o qual apresentou um conjunta de curta-metragens de animação de Bill Plympton realizadas entre 1990 e 2004. As minhas favoritas foram Dig My Do (1990) – na qual um cão encarna Elvis Presley – e The Exciting Life of a Tree (1999) – onde se mostra a perspectiva de uma árvore perante a vida. Também achei interessante No Nose Blues (1991) – a história de uma rapaz de etnia africana que se apaixona por um nariz caucasiano -, Parking (2003) – um homem que perde as estribeiras quando o seu lugar de estacionamento é invadido por uma erva daninha -, Eat (2001) – mum requintado restaurante francês, com elegantes clientes e música ambiente, estranhos fenómenos ocorrem -, The Wiseman (1991) – um típico filme de Plympton onde são introduzidas questões metafísicas -, e o premiado Guard Dog (2004) – onde se apresenta a razão dos cães estarem sempre a ladrar. Às restantes crutas ou fiquei indiferente ou não gostei. Foram elas Lovesick Hotel (1992) – um hotel para aqueles que foram rejeitados no amor -, Dancing All Day (1991) – evocando-se a dança até que as pernas doam ou se ficar bronzeado -, Isn’t it Good Again (1991) – onde se abordam as diferentes… e estranhas… formas de atracção -, Flooby Nooby (1991) – a vida idílica numa estranha cidade -, Tango Schmango (1991) – onde a sensualidade do tango se mistura com a boçalidade de anedotas -, Can’t Drag Race with Jesus (2000) – um pregador sulista canta uma canção, misturando Jesus Cristo e corridas de automóveis -, Surprise Cinema (1999) – uma paródia aos Apanhados -, Sex and Violence (1997) – uma colecção de gags no limirar do bom gosto e dos bons costumes – e More Sex and Violence (1998) – uma sequela da anterior.
Seguiu-se uma animação 3D, Os Vegetais – Os Piratas que Não Fazem Nada (The Pirates Who Don’t Do Anything: A VeggieTales Movie). Foi a minha experiência com os VeggieTales, criados por Phil Vischer e Mike Nawrocki, tendo este último realizado este filme. Esta série de vegetais antropomórficos tem a particularidade de lançar anualmente 1 a 4 episódios de cerca de meia-hora directamente para o mercado de vídeo, tendo neste momento um total de 39 episódios e quase 16 anos. Outra particularidade desta série – que a nível de merchandise também já se reproduziu nos mercados de brinquedos, roupa, CD, livros e representações em palco – é basear-se em temas morais ligados ao cristianismo, frequentemente compatíveis com o judaísmo, além das referências satírias à cultura popular e eventos correntes. É também curiosa a solução que os seus criadores encontraram para a continuidade da série, sendo estabelecido que todos os desenhos animados são na verdade peças de teatro para televisão representadas pelos vários vegetais e frutos que vivem em conjunto no mesmo balcão de cozinha, tendo por vezes direito ao seu “nome verdadeiro” bem como aos dos personagens que representam. Mas voltemos ao filme em questão. Trata-se do segundo filme para o cinema destas personagens. Entre elas, encontram-se George (Pa Grape), Sedgewick (Mr. Lunt), Elliot (Larry the Cucumber), Willory (Archibald Asparagus) e Bernardette (Petunia Rhubarb). O enredo da longa-metragem é o seguinte: Três legumes que sonham com a participação num espectáculo de piratas são enviados para o passado, onde terão de enfrentar um vilão real e salvar o príncipe. O argumento é frequentemente enfadonho. Quanto à animação em CGI é interessante q.b., nada trazendo de novo e estando algo limitada devido à ausência de braços e pernas das personagens.
A 3ª longa-metragem foi também de desenhos animados. Refiro-me a Os Simpsons: O Filme (The Simpsons Movie), realizado por David Silverman. Talvez muitos desconheçam no nosso país que antes dos Simpsons, criados por Matt Groening, terem direito à sua própria série televisiva, fizeram um total de 48 aparições de 1 minuto no programa The Tracy Ullman Show, entre 1987 e 1989. Estando já anunciada a 21ª temporada da série para a Setembro nos EUA – um recorde no que toca a longevidade de séries televisivas norte-americanas -, no Verão de 2007, entre as 18ª e 19ª temporadas, os Simpsons tiveram direito ao seu longa-metragem nos cinemas, algo que a franchise ainda não tinha explorado – além da TV, DVD e cinema, os Simpsons estão presentes em livros, bandas desenhadas, CD de música, videojogos, brinquedos, selos de correio e diversões em parques temáticos. No filme, continua presente a sátira ao estilo de vida da classe média norte-americana, com preocupações ambientais q.b., com a participação especial de Green Day e Tom Hanks. Toda a vivacidade presente desde o início da série, continua presente, mostrando-nos porque razão os Simpsons continuam a encantar miúdos e graúdos.
Terminados os desenhos animados, o filme seguinte foi o televisivo Primeiro da Turma (Hallmark Hall of Fame: Front of the Class) de Peter Werner. O multiporemiado programa Hallmark Hall of Fame tem características muito próprias. Tendo-se iniciado em 1951, foi um dos primeiros programas a ser transmitido a cores, desde 1954, e se incialmente eram filmadas peças de teatro para televisão, o programa foi evoluindo até aos actuais telefilmes. É o último programa resistente de uma época em que era comum o nome dos patrocinadores figurar no título do mesmo, sendo transmitido antes das principais festas, ou não seja a Hallmark uma empresa que produz cartões festivos e produtos associados. Os outros 2 filmes que tinha visto recentemente desta série (Um Doce Nada no meu Ouvido e Imagens de Hollis Wood) já se tinham revelados interessantes e este continua a mostrar que não se deve ter nenhum preconceito em relação a um filme, apenas por ser patrocinado claramente por uma empresa e feito para o mercado televisivo, com posterior edição em DVD. Este filme baseia-se no romance autobiográfico de Brad Cohen com Lisa Wysocky, no qual ele conta como não deixou o síndrome de Tourette vencer e não desistiu dos seus objectivos em ser professor do1º ciclo do ensino básico.
O filme Homicídio em Hollywood (Hollywood Homicide) de Rob Shelton desiludiu-me. Dois detectives de L.A. têm que investigar o assassinato de um promissor grupo de cantores rap. O argumento não era dos mais interessantes à partida e não se encontrava muito bem estruturado. No final, dei comigo a pensar porque razão tinha visto o filme e dei-me conta que estava curioso para ver como tinha sido a química de Harrison Ford e Josh Hartnett no grande écran. Presumo que foi, como o resto do filme, sensaborona…
Último representante de uma linha de guerreiros capazes de viajar no tempo, um adolescente tem de combater um cavaleiro que poderá provocar o fim do mundo. É esta a premissa da adaptação do 2º livro da saga The Dark Is Rising de Susan Cooper. Nunca li os livros, pelo que não pude apreciar como tinha sido feita a adaptação para cinema. Os Seis Sinais de Luz (The Seeker: The Dark Is Rising) de David L. Cunningham foram negativamente criticados, em parte devido ao livro que lhe deu origem. Dentro do género a que se propõe, eu gostei do filme. Fiquei, portanto, muito curioso quanto à seq~^encia de filmes que lhe deu origem e que os críticos lembram com tanto apreço…